- Veja você onde é que o barco foi desaguar
- A gente só queria um amor
- Deus parece às vezes se esquecer
- Ai, não fala isso por favor
Esse é só o começo do fim da nossa vida
Deixa chegar o sonho
Prepara uma avenida
Que a gente vai passar
- Veja você, quando é que tudo foi desabar
- A gente corre pra se esconder
E se amar se amar até o fim
Sem saber que o fim já vai chegar
Deixa o moço bater
Que eu cansei da nossa fuga
Já não vejo motivos
Pra um amor de tantas rugas
Não ter o seu lugar
Abre a janela agora
Deixa que o sol te veja
É só lembrar que o amor é tão maior
Que estamos sós no céu
Abre as cortinas pra mim
Que eu não me escondo de ninguém
O amor já desvendou nosso lugar
E agora está de bem
Diz quem é maior
Que o amor
Me abraça forte agora
Que é chegada a nossa hora
Vem vamos além
Vão dizer
Que a vida é passageira
Sem notar que a nossa estrela
Vai cair
- A gente só queria um amor
- Deus parece às vezes se esquecer
- Ai, não fala isso por favor
Esse é só o começo do fim da nossa vida
Deixa chegar o sonho
Prepara uma avenida
Que a gente vai passar
- Veja você, quando é que tudo foi desabar
- A gente corre pra se esconder
E se amar se amar até o fim
Sem saber que o fim já vai chegar
Deixa o moço bater
Que eu cansei da nossa fuga
Já não vejo motivos
Pra um amor de tantas rugas
Não ter o seu lugar
Abre a janela agora
Deixa que o sol te veja
É só lembrar que o amor é tão maior
Que estamos sós no céu
Abre as cortinas pra mim
Que eu não me escondo de ninguém
O amor já desvendou nosso lugar
E agora está de bem
Diz quem é maior
Que o amor
Me abraça forte agora
Que é chegada a nossa hora
Vem vamos além
Vão dizer
Que a vida é passageira
Sem notar que a nossa estrela
Vai cair
A composição foi criada a partir de uma reportagem em um jornal local da cidade do Rio de Janeiro que contava sobre um desmoronamento de um hotel onde, entre os escombros, foi encontrado um casal: dois velhinhos, abraçados e mortos. Marcelo Camelo traz devaneios românticos sobre uma paixão arrebatadora entre dois jovens que por motivos não citados são proibidos de viver um amor tão compreensível e gracioso, então, ao se reencontrarem decidem não abrir mão do outro e de si mesmos, pois a infelicidade não poderia mais se fazer presente. Esse amor de tantas rugas teria por fim o seu lugar. Encontravam-se escondidos e sentindo esse amor que se fez presente pouco antes de suas mortes e o retrato doloroso no fragmento da música: E se amar se amar até o fim, sem saber que o fim já vai chegar. Propõe a reflexão sobre o quanto se perde somente na espera, no medo, nas não tentativas de mudança; os jovens perderam a capacidade de arriscar por amor; o medo está intrínseco aos relacionamentos e não se percebe que somente após tentar é que se ganha ou se perde. No momento do desabamento, alguém bateu à porta avisando sobre os riscos e a necessidade de sair do local. Há, no entanto, duas possibilidades de interpretação: eles temiam terem sido descobertos e optaram por não sair ou apenas decidiram morrer juntos pois o amor os desvendou por completo e lhes deu a chance de sentir a plenitude em outro plano. A vida é passageira, afirma. Por vezes esquecemos deste simples detalhe: a vida é como um sopro, uma história rapidamente contada. Cabe então a nós fazermos desta vida um deslumbrante espetáculo. Buscar a felicidade a todo custo e lutar por ela. Não deixar que nos roubem, que nos firam, que afastem de nós o amor. É chegada a nossa hora e o que resta? As pessoas que amamos.